Grupo dos instrumentos de palheta dupla inclui o oboé e seus derivados obôe-de-amor e corne-inglês - o fagote e o contrafagote.
Tal como a flauta, o oboé é um instrumento antíquissimo. No entanto, os instrumento de proveniência arqueológica que conhecemos são desprovidos de bocal, pelo que se torna difícil a sua correta identificação.
O fato de se terem achado bocais com palheta dupla de cana e as representações iconográficas demonstram,todavia,que há mais de 2000 a.C existiam no Egito, instrumento semelhante ao oboé.
Como aconteceu com a maioria dos instrumentos egípcios também esse passaram para Grécia e daí para Roma, dando origem aos Gregos e á tíbia Romana,antepassados mas prováveis do oboé europeu. Alguns escritores gregos deixaram-nos descrições precisas do aulos da palheta dupla,cuja invenção atribuíam ao rei da Líbia,a Palas Ateneia ou ao Deus Apolo.
Durante a idade média,estiveram na moda vários instrumento derivado da tíbia: O chalumeau ou chalemia (charamela), a Musetta (Gaita-de-Foles) a Bombarda,etc. No século XV,todos esses instrumentos passaram a ser designados,na França, pelo nome de hautbois, que,mais tarde,passou a indicar um só instrumento: Oboé atual.
No séculos XVII e XVIII,os hautbois franceses faziam parte da formação da Grande Ècurie du Roi, verdadeira banda que acompanhavam nas cerimônias civis e militares.Dotados de uma sonoridade forte,penetrante e pouco estridente,os instrumentos de palheta dupla era adequados para a música ao ar livre, mas não para a de câmara,sobretudo porque não combinava com os instrumentos de arco que se tinham tornando a base da orquestra.Quando Lully (1632-1687) entrou ao serviço de Luís XIV,eliminou da orquestra todos os instrumentos de madeira,com exceção da Flauta Doce.Depressa porém se apercebeu da necessidade de um novo instrumento de madeira que tivesse sonoridade simultaneamente suave e dramática.
Assim nasceu,em França, o oboé. Derivado do chalumeau medieval, apareceu em duas versões: uma popular e a outra própria orquestra. Os primeiros instrumentos para orquestra (com sete orifícios e três chaves) devem-se a Jean Hotteterre (1678), um famoso fabricante de gaitas que apresentou sua nova criação na comédia-ballet de Lully L'Amour maland (1657).
Musicos tocando instrumentos de palheta dupla de cana,segundo uma miniatura de As Cantigas de Afonso X,o Sabio (século XII).
Apesar de todos os esforços para melhorar (novo orifícios,chave e corpos adicionais,etc.), O oboé manteve-se bastante imperfeitos até o século XIX,altura em que Guillaume Triébert (1770-18480), após vários estudos e experiências inventou um novo sistema de orifícios e chaves, que mais tarde foi aperfeiçoado por François lorée,seu chefe de oficina. Na Itália e na Alemanha ultilizaram-se sistemas diferentes,mas o Triébert é o mais difundido hoje em dia.
O Oboé geralmente utilizado na orquestra,é um instrumento soprano composto,em regra,por três peças tubulares cônicas inseridas umas nas outras com muitas precisão,de tal modo que parecem formar um corpo único.A amplitude na coluna de ar modifica-se abrindo ou fechando, como os dedos ou por meio de chaves,os orifícios feitos ao longo do corpo. As notas obtidas podem repetir-se à oitava usando duas chaves especiais. A palheta é dura e elástica, exisge um grande domínio dos lábios e têm de ser mudada com frequência. O oboé-de-amor.Este instrumento distingue-se do oboé vulgar pela dimensões,pouco maiores, e por ter pavilhão esférico em vez de conico.A sua sonoridade,paténtica e altamente expressiva,era muito do agrado de Bach,que usou como voz dramática em algumas de suas obras. Posteriormente desapareceu da orquestra,voltando a ser utilizada nos dias de hoje,sobretudo para a correta interpretação da música Barroca. Afina-se uma terceira mais grave que do que o oboé normal.
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Olá! Interessante a postagem, mas preciso sugerir uma correção sobre: "o oboé manteve-se bastante imperfeito até o século XIX". Tenho formação acadêmica e especialização em instrumentos antigos, toco oboé barroco e outros instrumentos dos século XVII e XVIII. Produzo e pesquiso música antiga, e falo com conhecimento de causa. Posso garantir que nenhum instrumento é 'imperfeito' para a sua própria música. Os oboés do século XVIII são perfeito para sua música, perfeitos para Bach, Händel, Hotteterre, Telemann, Vivaldi e toda composição para o instrumento daquela época - e mais, cada um dos vários tipos de oboé daquela época tem suas articularidades); assim como o oboé do século XIX é perfeito para a sua música. Há sim imperfeição quando se pensa de forma anacrônica. Se você tentar tocar Strauss com o oboé do século XVIII, obviamente ele não funcionará perfeitamente. Mas o contrário é igualmente válido: é até possível executar Bach ao oboé moderno, mas toda concepção musical e instrumental ficará comprometida. Cada mudança na concepção musical e transformação das tecnologias possibilitaram modificações nos instrumentos, mas nada disso significa que exista uma linha evolutiva na qual os instrumentos de um determinado tempo sejam melhores que de outro tempo. Cada instrumento tem suas dificuldades, facilidades e sonoridade específica, e cada instrumento serve bem àquilo que lhe foi proposto.
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